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- As estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil assustam
e envergonham. Nos últimos 25 anos, dos 27 milhões de brasileiros acidentados no
desempenho de suas atividades profis-sionais, 107 mil morreram. Atualmente, das 1.080
ocorrências diárias, quinze resultam em morte, cifra superior à verificada no
trânsito.
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- Apesar das reduções registradas nos últimos anos, o
número de desastres ainda é elevado e nos confere o 140 lugar no ranking mundial. Em
1997, esse triste quadro custou ao País US$ 5,8 bilhões, dos quais 85% (US$ 5,015
bilhões) foram pagos pelas empresas. A situação, portanto, é grave.
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- A Confederação Nacional da Indústria (CNI) resolveu, por
isso, repetir este ano a Campanha de Prevenção de Acidentes no Trabalho, de 1997, a fim
de conscientizar os profissionais dos riscos a que estão sujeitos quando não levam em
conta cuidados essenciais na execução das tarefas ou dispensam equipamentos que os
protegeriam e lhes salvariam a vida.
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- Dos acidentes, além dos lamentáveis casos fatais,
resultam, anualmente, milhares de incapacitações permanentes para o exercício de
atividades laborais, com prejuízos econômicos irreparáveis para os indivíduos, as
empresas e o País.
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- (Correio Braziliense, 22/7/1998, adaptado)
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- É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a
reparação das perdas por acidentes de trabalho que o investimento em sua prevenção.
Mas, então, por que eles ocorrem com tanta freqüência?
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- Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato
exige apenas o trabalho de observar obras de engenharia civil, ao longo de qualquer
trajeto por ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as deficiências da
fiscalização oficial - os sindicatos, patronais ou de empregados - não o faz; se não
for por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que é perfeitamente possível de
prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organização e escasso interesse pela
filiação a entidades de classe, ou por desvio dessas de seus interesses primordiais.
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- Falta também a educação básica, prévia a qualquer
treinamento: com a baixíssima escolaridade do trabalhador brasileiro, não há
compreensão suficiente da necessidade e benefício dos equipamentos de segurança, assim
como da mais simples mensagem ou de um manual de instruções.
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- E há, enfim, o fenômeno recente da terceirização, que
pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o surgimento e a multiplicação de
empresas fantasmas de serviços, que contratam a primeira mão-de-obra disponível, em vez
de selecionar e oferecer mão-de-obra especializada.
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- (O Estado de S. Paulo - 22 de fevereiro de 1998 - adaptado)
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