Recursos Humanos
Ferramentas de RH
Matemática e Estatística Aplicada a Administração de Pessoal/RH
Introdução à Estatística
Os administradores de uma empresa, desde os escalões mais elevados até os mais baixos níveis de supervisão, estão no desempenho de suas respectivas funções, constantemente às voltas com informações de natureza quantitativa.
Desde o mestre, na produção, que recebe relatórios diários sobre a produção de cada máquina e cada operário sob sua supervisão, até o presidente, que verifica os relatórios quantificados sobre o volume e o valor das vendas, todas as pessoas que participam da vida da empresa estão envolvidas no processo de gerar e digerir informações numéricas.
Nem tudo na vida da empresa são números. Estes, entretanto, são auxiliares valiosos no processo decisório dentro da mesma. A decisão se traduz pela escolha de um esquema de ação entre vários esquemas alternativos para a solução de um dado problema. Mas tanto a localização de problemas quanto a avaliação das alternativas requerem a existência de informações. Assim, o fluxo de dados na organização permite que os seus empregados localizem os problemas e possam criar alternativas que os resolvam.
A impossibilidade de se contar com dados numéricos a respeito de uma situação torna a decisão mais difícil.
Isso ocorre, por exemplo, quando o gerente do Departamento Pessoal precisa promover um empregado, dentre dois de seus subordinados, ao cargo de chefe do setor. A escolha se torna difícil, pois ele deverá basear-se em aspectos subjetivos, não quantificáveis, como as qualidades morais dos candidatos, sua capacidade de liderança, sua estabilidade emocional, sua afinidade com o superior.
Já quando o mesmo gerente tiver que se decidir pela escolha de um benefício social na empresa, por exemplo entre assistência médica e restaurante na empresa, sua decisão será mais simples, pois bastará escolher aquela que apresentar maiores benefícios para a empresa. E isso ele pode verificar comparando os seus desempenhos prováveis em termos de custo e rendimentos.
Assim, não se deve imaginar o executivo como um se passivo ante o fluxo de dados numéricos na empresa.
Ele não é apenas um homem "bombardeado" por informações quantitativas. Ao contrário, para melhor e executar suas tarefas, necessita de tais dados e os exige.
Dessa forma, os dados numéricos se constituem numa constante na vida do administrador, tal como ocorre em nossa vida particular.
Ramos da Estatística:
A Estatística compreende dois setores: a DESCRITIVA e a INFERÊNCIA ESTATÍSTICA.
Ao analisarmos o comportamento de um determinado fenômeno, teremos, inicialmente, de colher informações e dados a seu respeito. Além disso, como tais dados devem ser numerosos, é necessário sintetizá-los para que possamos absorver as informações que eles podem nos transmitir.
Assim, no estudo estatístico de um problema, existe uma fase de coleta e resumo das informações numéricas que fazem parte da Estatística Descritiva.
Suponhamos que o Gerente do Depto. Pessoal de uma empresa esteja interessado no problema dos atrasos dos seus empregados, cujo número ascende, digamos, a 500 empregados.
O cartão de ponto de cada um deles é a fonte onde ela pode buscar os dados a respeito do problema.
Contudo, somente essas informações não lhe dão uma visão global do problema devido à quantidade de dados e às particularidades de cada caso.
Dessa forma, depois de coletadas as informações nos cartões de ponto, ele normalmente procurará sintetizá-las, de modo a eliminar detalhes inúteis à percepção global do problema.
O Gerente de Pessoal, pode contar quantos atrasos de até 5 minutos ocorrem, quantos estão entre 5 e 10 minutos e assim por diante. Com isso, é possível resumir as informações que se encontram dispersas em uma massa ininteligível de cartões de ponto em uma tabela como a que se segue.
ATRASO DOS EMPREGADOS |
NºS DE EMPREGADOS |
nenhum atraso |
450 |
até 5 minutos de atraso |
30 |
de 5 a 10 minutos de atraso |
15 |
mais de 10 minutos de atraso |
5 |
TOTAL DE EMPREGADOS => |
500 |
Observando a tabela, ele já teria uma visão global do problema e poderia, conforme a política da firma, concluir, por exemplo, que pelo fato de haver poucos atrasos superiores a 10 minutos a situação seria controlável, não requerendo providências especiais.
Todavia, o Gerente de Pessoal talvez desejasse analisar melhor essas informações e resumi-las num único número, por exemplo, a média. Nesse caso, calcularia o atraso médio dos empregados.
Se ao efetuar o cálculo o Gerente de Pessoal concluísse que o atraso médio é de meio minuto, poderia considerá-lo, eventualmente, irrisório.
Nesse caso, teria sintetizado ao máximo o conjunto de observações que possuía, descrevendo-o através de um único número, que seria a média.
Essas fases de coleta, resumo de dados para apresentação e análise correspondem à Estatística Descritiva.
No entanto, se o Gerente de Pessoal, tivesse concluído que tudo estava normal com relação aos atrasos, cometeria um grave erro.
O Gerente de Pessoal analisou os dados relativos aos atrasos de apenas um dia (no nosso exemplo). Com isso, ele pode generalizar as conclusões tiradas, estendendo-as para os demais dias ? Provavelmente não. Mas se, ao invés disso, ele tivesse realizado a mesma análise para um ano inteiro, possivelmente poderia generalizar as suas conclusões dizendo que, na sua fábrica, o atraso médio é de trinta segundos.
Aqui entramos no campo da INFERÊNCIA ESTATÍSTICA, que compreende os métodos que permitem ampliar para o todo as conclusões obtidas na análise de uma parte.
Essa generalização envolve certo grau de incerteza e, portanto, corremos sempre um risco ao aceitarmos como válida para o todo conclusões que só valem para uma parte do mesmo. A certeza só seria possível se analisássemos todos os indivíduos. Porém, a Inferência Estatística nos fornece ferramentas que permitem medir o grau de incertezas associado ao processo de generalização. Portanto, a Estatística Descritiva se refere à coleta, sintetização, apresentação e análise dos dados e a Inferência Estatística, à formulação de hipóteses e conclusões a respeito do todo, a partir da análise de um subconjunto do todo.